LLMT 2014

“Acredite, isso é possível”. Hoje entendi o significado dessa frase, embora tenha achado que era sinônimo de “vença o medo”, mas não é.

Ter medo, faz parte da minha essência, do meu instinto de sobrevivência, mas esse medo não me paralisa, não me coage, não me faz refém, não mais. Eu agora sei como lidar com ele, aprendi em conjunto com vocês, que não só testemunharam mas também vivenciaram isso comigo.

Reconhecer que precisava de ajuda foi uma das coisas mais difíceis da minha vida, eu fui a pessoa mais dura que tive de enfrentar com meus preconceitos, minhas dúvidas, meu orgulho. Cheguei acuada e prometendo para mim mesma que em três meses, no máximo, terminaria o tratamento. Há, há, há. Não vi os três meses passarem.

Aprendi a ter um pouco mais de paciência, a aceitar meus erros e valorizar as conquistas mais que as derrotas.

Sei que muitos de vocês aguardaram ansiosamente por esse dia: O dia em que poderiam falar um pouco mais no grupo… é eu falo mesmo.



Sentirei saudades da convivência, mas a amizade permanece e também o desejo de sucesso a todos que venceram essa etapa e aos que estão vencendo.

Obrigada, vocês fazem parte da minha história. Somo todos capazes.

OS.: Nunca se esqueçam: “Andando e virando”..

FR – 2014

Queridas colegas,

É com muita alegria que chego a este tão esperando momento em que me sinto segura e capaz de dirigir para todos os lugares!

Durante mais de dez anos isso foi um sonho na minha vida que, até então, era muito distante da minha dura realidade, na qual situações negativas vivenciadas ainda no momento da aprendizagem influenciaram para que eu vivesse com a falsa impressão de que nunca iria conseguir conduzir um veículo automotor, o que me causava um imenso complexo de inferioridade em relação às pessoas ditas “normais”, ou seja, as que dirigiam.

Ao longo dos anos as cobranças só foram aumentando, sendo que para justificar a minha limitação, o que não faltavam era desculpas, as quais eu usava para tentar enganar até eu mesma.

A situação ficou insustentável quando me vi trabalhando há mais de vinte quilômetros de distância da minha residência, exercendo um cargo importante e chefiando uma equipe de homens que a todo momento me colocavam a prova, inclusive pelo fato de não dirigir.

Diante disso, no ápice da minha ansiedade em que vivia, fui obrigada a tomar uma atitude e procurar ajuda.

Foi aí que conheci o trabalho da clínica e da psicóloga Aline juntamente com o instrutor, que de forma muito especial e diferenciada, tratam os portadores da chamada “fobia do volante”.

E foi assim, com a soma das lições e trocas de experiências vivenciadas na terapia em grupo e a técnica adquirida nas aulas práticas, que me vi novamente acreditando em meu potencial, controlando minha ansiedade, me permitindo errar, descobrindo que no transito cada um tem seu espaço e todos precisam respeita e, por fim, que a evolução é fruto de um processo e que isso demanda tempo, já que depende do ritmo de cada um na superação de etapa por etapa.

Por fim, agradeço a todas as colegas de grupo pela força e coragem que sempre me deram nos momentos mais difíceis e pelas alegrias partilhadas em cada sessão da terapia. Tenham a certeza de que o exemplo de superação de cada uma de vocês foi um dos meus maiores motivados!



Agradeço especialmente à psicóloga Aline e ao instrutor pelo profissionalismo, carinho e respeito com que lidam com o nosso tratamento. Vocês são realizadores de sonhos e não sabem o quanto nos fazem felizes com esse trabalho!



Grande abraço e obrigada por tudo! OS.: Nunca se esqueçam: “Andando e virando”..

DV 2014

Querida Aline,

Aqui estou, depois de alguns meses para lhe agradecer e receber minha alta.

No dia que cheguei aqui, estava realmente precisando muito de ajuda, nossa e como foi difícil perceber e entender isso. Confesso que ao iniciar o tratamento, muitas vezes cheguei a pensar em desistir, por acreditar que nada seria capaz de me fazer tirar a CNH, e você tão delicada e carinhosa, sempre me mostrava que desistir não seria a solução e sim minha maior frustração. E foi assim que fui ganhando forças para enfrentar meu medo e seguir em frente com nossos atendimentos.

Até que em um dia você me disse que já era a hora, a minha hora de enfrentar o tão temido exame de rua. Nesse momento, só conseguia pensar em tudo que todas as pessoas falavam do tal dia: “cuidado, tem muito examinador grosseiro, chato”, enfim, só pensamentos negativos que por alguns segundos quase me fizeram desistir do meu sonho, mas tomei consciência e lembrei de todas as coisas que você me dizia e a mais marcante foi: “Acredite em você, você é capaz”, nessa hora respirei fundo e fui, nesse mesmo dia passei na auto escola para marcar a data do exame. E assim foi, depois de duas tentativas frustrantes anteriormente, essa era a primeira em que eu realmente me senti diferente e algo incrível aconteceu, fui APROVADA!!! Uma sensação quase impossível de descrever, uma mistura de alegria, euforia, vontade de gritar, de sair correndo na rua, mas me segurei e fiz questão de te ligar na mesma hora, pois sabia que você, mais do que ninguém entenderia o que eu sentia.

Finalmente consegui a minha tão sonhada habilitação. Obrigada por tudo!

Aline, tem um poema do Guimarães Rosa que diz exatamente o que o tratamento representou para mim.

“Olhar para trás após uma longa caminhada pode fazer perder a noção da distância que percorremos, mas se nos detivermos em nossa imagem, quando a iniciamos e ao término, certamente nos lembraremos o quanto nos custou chegar até o ponto final, e hoje temos a impressão de que tudo começou ontem. Não somos os mesmos, mas sabemos mais uns dos outros. E é por esse motivo que dizer adeus fica complicado! Digamos então que nada será perdido. Pelo menos dentro da gente…”

Um abraço forte